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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Música erudita em Sergipe

Matéria tirada do site e-Sergipe.com. Para conferir o link estará disponível no final do post.
Saudaçãoes Musicais!

Um passeio pela história da música erudita em Sergipe





Música Erudita |Foto: Arquivo (Sofise)

Antes de tudo, responda a primeira pergunta, caro leitor: o que é música erudita? Primeiramente, o termo erudito provém do latim ‘eruditus’, que significa ‘educado’. Ao contrário do que muitos pensam, a música erudita não é música “velha” ou estagnada nos tempos de Richard Wagner, Tchaikovsky, Mozart, dentre outros grandes compositores. Ela acompanha o desenvolvimento instrumental nas formas de composição musical, e expressa nas partituras coisas da sociedade, independente do tempo. O estilo erudito preza pela sofisticação e pelo rigor artístico, pela combinação do som, divisão dos instrumentos e determinada temática. Pode ser entendida também como uma música ‘séria’, fora do eixo das músicas populares, folclóricas e do jazz.



Segundo a doutora em educação pela The University of New Mexico e atual diretora da Sociedade Filarmônica de Sergipe (Sofise), Maria Olga de Andrade, esse tal estilo considerado ‘sério’ e sofisticado apareceu em Sergipe em 1844, com as bandas européias através de uma herança deixada pela Família Real com D. João VI. Na ocasião, as bandas eruditas trouxeram um modelo musical moderno para a época. Logo no mesmo ano a primeira banda de que se tem notícia por aqui, foi criada na cidade de São Cristóvão, e foi chamada apenas de ‘Banda da Polícia Militar’.


Olga Andrade |Foto: Marcelle Cristinne (ASN)

Depois desta, muitas outras se formaram, a exemplo da Euterpe Maruinense, fundada em Maruim no ano de 1875, cidade esta que era uma cidade muito desenvolvida e importante economicamente na época. Em seu porto se exportava produtos-base do Brasil, como o algodão e a cana-de-açúcar. Três anos depois, em 1879, Estância cria também a sua banda de música erudita.



Logo depois as bandas de música surgiram dentro dos partidos políticos na época. E a competição passou a acontecer também entre os violinos, trompetes, tubas e violoncelos. Segundo a diretora da Sofise, Maria Olga de Andrade, muitas vezes por causa dessa concorrência havia brigas fatais. “Músicos já quebraram instrumentos no outro depois que determinado partido venceu uma disputa. E isso é algo comprovado nos livros de história”, conta. Vale lembrar que essas bandas não tocavam necessariamente o estilo clássico no qual a grande maioria conhece. Naquela época os estilos mais presentes eram as ‘modinhas’ e os ‘dobrados’.

Toda essa quantidade de bandas criadas fez com que grandes mestres na arte de reger uma orquestra surgissem em Sergipe. Surge desse momento histórico um grande nome da música erudita no estado: Leozírio Guimarães, fundador da Sofise em 1971 e 1º Regente da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Música de Sergipe. Essa orquestra era modesta na época, e era composta por 44 músicos. Com muito esforço da banda e de Leozírio, essa geração conseguiu marcar época, apesar de não possuir todos os instrumentos que compõem uma banda sinfônica.

Outro grande nome foi Genaro Plech, grande pianista e fundador do Conservatório de Música de Sergipe em 1945. A partir de sua influência surgem músicos como Paulo César Perado, Daniel Freire, Eduardo Garcia e Lourdes Barros. Todos eles contribuíram para fortalecer a prática e a incentivar a produção da música erudita em Sergipe.


Música Erudita |Foto: Arquivo (Sofise)

Depois da criação desses dois espaços (Sofise e Conversatório), a música erudita passou a ser valorizada pela sociedade sergipana. O estado tinha músicos de qualidade e maestros reconhecidos nacionalmente. No entanto, ainda não era algo que atraísse o grande público  e os fizesse lotar espaços para ouvir concertos. Faltava uma orquestra para representar Sergipe no cenário erudito.

A partir dessa demanda, em 1980 funda-se a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) com Rivaldo Dantas como primeiro maestro. Inicialmente a ORSSE estava sediada no Conservatório até 2002, quando migrou para o Teatro Tobias Barreto, onde está instalada atualmente. Com a criação da ORSSE, muitos outros compositores surgiram a partir da educação musical. Com maior preparo dos novos artistas, a ORSSE aumentou o seu nível e hoje é reconhecida não só em Sergipe, mas por todo o Brasil.

O erudito para grandes platéias

Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a regência de Guilherme Mannis / Foto: Marcelle Cristinne - ASN
Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a regência de Guilherme Mannis / Foto: Marcelle Cristinne - ASN

Desde 2006, a orquestra é coordenada e regida pelo maestro Guilherme Mannis. Oriundo de São Paulo e mestre em música pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Mannis conseguiu algo peculiar em Sergipe: levar grande públicos para os eventos da orquestra e criar um vínculo na apreciação da música erudita.

Segundo o atual maestro, hoje a ORSSE tem uma regularidade de apresentações, não só na capital, mas também pelo interior do estado. A divulgação, segundo Mannis, foi o principal fator para ‘popularizar’ a música erudita em Sergipe e lotar platéias nas suas apresentações.  “De 2006 pra cá, a orquestra começou a ter temporadas de concerto. Isso faz com que a sinfônica estabeleça com seu público uma relação de compromisso e parceria. As pessoas já sabem quando vão ser os concertos, os artistas da temporada”, explica Guilherme Mannis.

Das bandas do século XIX até 2011, a música erudita em Sergipe passou por mudanças estruturais e chegou num patamar de reconhecimento nacional a partir da ORSSE, principal orquestra do estado. Apesar dela ser a maior orquestra do estado, não se deve deixar de fora tantas outras bandas formadas nos anos passados, além dos grupos formados pela Sofise para ensinar a música erudita às crianças, afinal daí podem surgir grandes artistas.

Fonte: e-Sergipe

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